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Conceitos básicos sobre a luta revolucionária


Por Filipe Henrique


PILARES DO MARXISMO-LENINISMO:


Todo o revolucionário deve seguir aos ideais de Marx, Engels, Lenin e Stalin, pois somente com estes pilares teóricos e práticos o socialismo conseguiu se estabelecer e o proletariado universal se libertar. Todos que foram contra esse pilar teórico falharam ao estabelecer o socialismo.


Trotkismo, Luxemburguismo, Eurocomunismo jamais encontraram o caminho da revolução por seus métodos. Marx foi o principal criador e desenvolvedor da crítica ao capitalismo, um pensador único na história e profético em suas obras. Engels foi seu fiel amigo, um grande teórico que soube como ninguém ir contra todo o utopismo irracional ou oportunismo que se apresentou contra a teoria de Marx.


Lenin foi o grande continuador do marxismo, foi seu grande ideólogo prático, guiou a Rússia a vitória da revolução contra a monarquia e seus apoiadores. Stalin, por sua vez, foi o responsável pela elaboração do que seria o leninismo como teoria, fortaleceu a URSS em meio a golpes e difamações, foi um exemplo para os povos oprimidos. Mesmo apoiado nestes 4 pilares o marxismo-leninismo nunca foi e nunca será dogmático e livre de críticas, somos favoráveis ao centralismo democrático no partido operário-camponês, nas palavras de Lenin:


“O dever dos comunistas reside em não esconder as debilidades de seu movimento, mas criticá-las abertamente para livrar-se delas o mais cedo possível e de maneira mais radical.”


A leitura de autores não leninistas é fundamental para o estudo revolucionário, mesmo que devidamente analisados e criticados.


SOBRE A DITADURA DO PROLETARIADO


A ditadura do proletariado é a garantia do poder para o trabalhador. A Rússia antes e após o contra-ataque reacionário das potências imperialistas (a chamada guerra civil) desenvolveu um modelo democrático nunca antes visto pelo próprio Ocidente.


Com a primeira onda do terror branco (czaristas) os bolcheviques tiveram de contra-atacar com o chamado terror vermelho, sendo assim uma resposta a burguesia. Mesmo no auge da repressão revolucionária contra os oportunistas do partido, a questão democrática e humanista sempre foi vista pelos camaradas como central. Como escreveu Yuri Vasilyevich Doutor em Ciências Históricas (1979) pela Academia de Ciências da URSS em seu artigo sobre a democracia na URSS e a constituição staliniana:


"Iosif Vissarionovich entendeu muito bem que a essência da democracia socialista é garantir direitos humanos reais na sociedade. E quando N. Bukharin, que chefiava o subcomitê jurídico, propôs prefaciar o texto da constituição com a "Declaração dos Direitos e Deveres dos Cidadãos da URSS", Stalin não concordou com isso e insistiu que os direitos de um cidadão soviético fossem consagrados diretamente nos artigos da constituição. Além disso, eles não foram apenas proclamados, mas garantidos da maneira mais detalhada. Assim, pela primeira vez na prática mundial, a Lei Básica do país introduziu os direitos ao trabalho, descanso, educação gratuita e assistência médica, previdência social na velhice e em caso de doença."


A ditadura do proletariado traz a verdadeira democracia, a verdadeira garantia dos direitos do povo. A ditadura do proletariado deve ser uma abominação para a classe burguesa dona dos bancos, terras, etc.


A ditadura do proletariado traz a destruição do estado para reconstruir o mesmo a serviço do povo, que toma as rédeas de seu próprio destino. Como bem apontou Stalin em sobre os fundamentos do leninismo:


"A questão da ditadura proletária é, sobretudo, a questão do conteúdo essencial da revolução proletária. A revolução proletária, o seu movimento, a sua amplitude, as suas conquistas só tomam corpo através da ditadura do proletariado. A ditadura do proletariado é o instrumento da revolução proletária, o seu órgão, o seu ponto de apoio mais importante, criado com o, fim, em primeiro lugar, de esmagar a resistência dos exploradores derrubados e consolidar as conquistas da revolução e, em segundo lugar, de levar a termo a revolução proletária, levar a revolução até a vitória completa do socialismo. Vencer a burguesia e derrubar o seu Poder é coisa que a revolução também poderia fazer sem a ditadura do proletariado. Mas esmagar a resistência da burguesia, sustentar a vitória e continuar avançando até o triunfo definitivo do socialismo, a revolução já não o poderia fazê-lo, se não criasse, ao chegar a uma determinada fase do seu desenvolvimento, um órgão especial, a ditadura do proletariado, o seu apoio fundamental."


O CAPITALISMO: A DITADURA DA BURGUESIA:


"A moderna sociedade burguesa, saída do declínio da sociedade feudal, não aboliu as oposições de classes. Apenas pôs novas classes, novas condições de opressão, novas configurações de luta, no lugar das antigas." já diziam Marx e Engels em seu manifesto comunista para definir o capitalismo.


A ordem social vigente no mundo (o capitalismo) não foi capaz de abolir as relações de exploração no sistema feudal, apenas o substituí para que a classe burguesa tenha o controle sobre todos os meios de produção. Enquanto no sistema feudal nós tínhamos senhores e servos, no capitalismo esse modo de organização ainda ponderou desta vez chamados de patrões e empregados, burgueses e proletários. Em 1760 se iniciou o que ficou conhecido como revolução industrial, o auge da barbárie capitalista. Mulheres, crianças, todos submetidos aos horrores das fábricas, em condições precárias, salários miseráveis para sobreviver.


Engels em sua obra intitulada a situação da classe trabalhadora na Inglaterra evidenciou a situação de miséria dos trabalhadores nas cidades industriais, diz ele:


"Em linha reta da igreja velha para o sul; no princípio, é ladeada por boas lojas e fábricas; seguem-se lojas de segunda categoria e algumas cervejarias; mais ao sul, quando deixa o bairro comercial, tem pelos lados negócios mais pobres, que, à medida que se avança, tornam-se sujos e intercalados por tabernas; enfim, na extremidade sul, a aparência das lojas não permite qualquer dúvida sobre seus fregueses: operários, só operários. O mesmo se passa com a Market Street, que sai da Bolsa em direção ao sudeste: de início, encontramos lojas de primeira categoria e, nos andares superiores, escritórios e armazéns; depois (Piccadilly), belos hotéis e entrepostos; mais adiante ainda (London Road), junto ao Medlock, fábricas, lojas e tabernas para a pequena burguesia e para os operários; mais próximo de Ardwick Green, casas da média e alta burguesia e, a partir daí, grandes jardins e enormes residências dos mais ricos industriais e comerciantes. Assim, conhecendo a cidade, é possível, pelo aspecto dos trechos das ruas principais, deduzir o tipo de bairro contíguo; mas, dessas ruas, é extremamente difícil contemplar de fato os bairros operários. Sei perfeitamente que essa disposição urbana hipócrita é mais ou menos comum a todas as grandes cidades; também sei que os comerciantes varejistas, pela própria natureza de seu negócio, devem ocupar as ruas principais; sei igualmente que nessas ruas, em toda parte, encontram-se edificações mais bonitas que feias e que o valor dos terrenos que as rodeiam é superior ao daqueles dos bairros periféricos; entretanto, em lugar nenhum como em Manchester verifiquei tanta sistematicidade para manter a classe operária afastada das ruas principais, tanto cuidado para esconder delicadamente aquilo que possa ofender os olhos ou os nervos da burguesia. E, no entanto, em Manchester, a urbanização, menos ainda que em qualquer outra cidade, não resultou de um planejamento ou de ordenações policiais: operou-se segundo o acaso. É por isso que, quando penso na classe média afirmando às pressas que os operários se comportam de maneira adequada, sempre tenho a impressão que os industriais liberais de Manchester, as grandes personalidades liberais (big whigs), tiveram sua parte nessa organização urbana tão cheia de pudor. Acrescento que os estabelecimentos industriais se situam quase todos à margem dos três rios ou dos vários canais que se ramificam pela cidade e passo diretamente à descrição dos bairros operários propriamente ditos. Em primeiro lugar, temos a parte velha de Manchester, entre o limite norte do bairro comercial e o Irk. Aqui, mesmo as melhores ruas são estreitas e tortuosas – Todd Street, Long Millgate, Withy Grove e Shude Hill –, as casas são sujas, velhas e degradadas e o aspecto das ruas adjacentes é absoluta."


E a situação não mudou. É comum, em pleno século 21, nos depararmos com a extrema miséria das favelas e bairros periféricos, onde residem a classe trabalhadora em contraste com as poucas mansões em bairros nobres. E a precarização do trabalho também não ficou para trás, hoje os entregadores de Ifood ou os chamados Ubers são ferramentas de exploração, tendo visto que o capitalismo não sobrevive sem essa necessidade. Até mesmo a classe média sofre com esse male do sistema. No que a burguesia chamou de neoliberalismo insurgiu das áreas mais reacionárias da política econômica um ataque aos direitos do povo. Cortes de gastos públicos (saúde, educação, etc) privatizações criminosas (vale do Rio doce a exemplo do Brasil) o ataque aos direitos trabalhistas disfarçado de "reforma trabalhista ", tudo isso cooperou para o aumento da extrema pobreza e da fome no Brasil e no mundo.


É dever de todos da classe trabalhadora (a classe que trabalha e depende de um salário para viver) combater o capitalismo, o liberalismo, e o neoliberalismo, roupagens fúteis da exploração, da escravidão e de tudo que a de mais retrógrado na sociedade. O regime capitalista nada mais é do que a ditadura da burguesia contra a maioria trabalhadora, devemos destruir essa ditadura para fazer a classe proletária ser a classe dominante, pois o trabalhador não possui outra coisa que não sua força de trabalho, e por isso culturalmente e socialmente, um escravo da classe expropriadora do trabalho.


AFINAL, QUEM SÃO OS PROLETARIADOS?


Afinal, quem são os proletariados, esta classe que só possui a sua força de trabalho?

O proletariado é o povo, que vive de seu trabalho, esmagado pelo estado burguês-latifundiário, que vive com o medo do desemprego, da crise. O proletariado hoje não se encontra só nas fábricas ou fazendas, ele se encontra nas empresas, nas artes, em todos os setores de trabalho subordinado a propriedade privada. O capitalismo não foi criado para servir a esta classe, é um regime de oligarquias, de banqueiros, multimilionários e bilionários. Apesar de alguns avanços reformistas (muitas vezes fruto de lutas populares) o capitalismo, já atualizado e renomeado como neoliberalismo ainda é um câncer.


Os que estão no poder nunca respeitarão os trabalhadores porque são privilegiados economicamente e socialmente, ou se esqueceram como é a vida comum e se iludiram com a burguesia. Para o trabalhador se libertar da opressão burguesa ele deve tomar o poder do estado, se pôr como classe dominante e se proteger contra todos que queiram destruir seus direitos e seu novo governo (a ditadura do proletariado). A consciência de classe vinda das organizações de vanguarda (leninistas) deve ajudar o trabalhador da cidade e do campo a se libertar. Mostrando que na conciliação de classes proposta pelos partidos "progressistas " (sociais liberais) a classe trabalhadora (ou seja, o proletariado) sempre sai perdendo.

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